História Hoje: Escritor Eduardo Galeano deixou legado na crítica à exploração da América Latina
Há um ano, morria em Montevidéu, no Uruguai, Eduardo Galeano, jornalista e escritor autor de mais de 40 e livros traduzidos em vários idiomas.
Galeano, na infância, queria ser jogador de futebol. Esse desejo é retratado em sua obra “O futebol de sol a sombra”, publicado em 1995.
Apesar de ser da classe média, Galeano começou a trabalhar muito jovem. Na adolescência, foi pintor de letreiros, mensageiro e datilógrafo. Aos 14 anos, teve sua primeira charge política publicada no Jornal El Sol, do Partido Socialista.
No início dos anos 60, inicia sua carreira jornalística como editor do jornal a Marcha. O semanário tinha como colaboradores Mário Vargas Llosa e Mário Benedetti. Dez anos depois publica sua obra-prima “As Veias Abertas da América Latina”.
Neste livro ele analisa a História da América Latina desde o período colonial até a época da publicação. Ele explica nessa obra como acontece a exploração econômica e política do povo latino-americano pela Europa e pelos Estados Unidos.
O livro se tornou um clássico entre os membros da esquerda latino-americana. Durante muitos anos, foi considerado o livro de cabeceira dos universitários brasileiros.
Em 1973, durante o golpe militar no Uruguai, Eduardo Galeano foi preso e seu nome colocado na lista dos esquadrões da morte. Diante da ameaça, exilou-se na Espanha onde começou a escrever a trilogia “Memória do Fogo”.
Nessa obra ele conta a história das Américas. Os personagens são generais, artistas, revolucionários, operários, conquistadores e conquistados, são retratados em pequenos episódios que refletem o período colonial do continente.
Com a redemocratização do Uruguai em 1985, Galeano volta ao seu país onde viveu até sua morte no ano passado. Ele foi internado em Montevidéu no dia dez de abril, morrendo três dias depois, vítima de um câncer no intestino, que já tinha se espalhado para outros órgãos.