Já ouviu falar no jogo bocha? Não? Pois o Brasil conquistou duas medalhas neste esporte, nessa segunda-feira (12). Uma de prata e uma de ouro.
A bocha pode ser jogada individualmente, em duplas ou em equipe e homens e mulheres podem jogar juntos.
Primeiro é lançada uma bola branca. Em seguida, os atletas ou as equipes jogam bolas coloridas. O objetivo é lançar a bola colorida o mais próximo possível da bola branca. Vale, inclusive, afastar as
bolas dos adversários no arremesso.
A equipe brasileira, formada por Evani da Silva, Evelyn de Oliveira e Antônio Leme conquistou o ouro contra a Coreia do Sul, vencendo por 5 a 2 na categoria BC3, que é para pessoas com deficiências muito severas. No caso, o jogador pode, inclusive, usar um ajudante.
Evani da Silva teve paralisia cerebral ao nascer. Ela comentou que nunca tinha jogada bocha com tamanha torcida.
Já a atleta Evelyn de Oliveira foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal e não tem o movimento das pernas. Além disso, ela tem comprometimento de força nos braços. Evelyn comentou que o esporte mudou sua vida.
A prata na bocha saiu pela categoria BC4, que é para pessoas com deficiências graves, mas que não usam ajudantes. A equipe do Brasil, com os irmãos Marcelo e Eliseu dos Santos e Dirceu Pinto, ficou com a prata ao perder para a Eslováquia de 4 a 2.
Marcelo dos Santos nasceu com distrofia muscular e começou a jogar bocha por influência do irmão. Ele espera que mais pessoas com mobilidade reduzida decidam jogar bocha depois dessa medalha.
O atleta Dirceu Pinto explicou que a bocha é a única modalidade possível para algumas pessoas com deficiência praticarem.
Na Paralimpíada Rio 2016, este esporte é disputado por pessoas com alto grau de paralisia cerebral ou deficiências graves. Os atletas ficam em cadeiras de rodas e lançam as bolas com a mão.
No caso de paraplégicos que não podem mover os braços e pernas, a bola é jogada com a cabeça por meio de uma calha onde a bola escorrega. Nesses casos, os jogadores tem um ajudante para posicionar a calha.