Há 133 anos, Mossoró, no Rio Grande do Norte, libertava seus escravos cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea que acabou a escravidão no Brasil. Motivo de grande festa cívica, hoje é feriado municipal na cidade.
A ideia de Mossoró libertar os escravos surgiu a partir de uma homeagem prestada pela maçonaria ao casal Romualdo Lopes Galvão, líder da política e do comércio local em 1883.
A proposta tomou força com o apoio popular e naquele mesmo ano, foi instalada, na Câmara Municipal, a "Sociedade Libertadora Mossoroense".
A Sociedade estabeleceu como meta libertar os 86 escravos que viviam na cidade. Foi instituído então o dia 30 de setembro para que todos os escravos fossem libertos. E o objetivo foi alcançado. Já no mês de junho, em sessão especial realizada na Loja Maçônica 24 de Junho, 40 escravos forram alforriados.
Naquela época manter escravos era caro e muitas pessoas não faziam oposição em libertá-los. Somente alguns fazendeiros reivindicaram indenização pela alforria. Os escravos libertos continuaram vivendo nas fazendas, não mais como cativos, e sim como funcionários, remunerados.
O movimento era organizado e se preocupou com o futuro libertos, diferente do aconteceu com a Lei Áurea, quando os escravos foram expulsos das fazendas, e acabaram marginalizados.
Após o fim da escravidão na cidade, Mossoró passou a receber uma quantidade significativa de escravos que fugiam de outros municípios em busca da liberdade.
Desde então, o dia 30 de setembro passou a ser a grande data cívica mossoroense. Em 1913 a data foi declarada, através de lei, como feriado municipal.
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