Empresário preso no PA é acusado de grilagem, extração ilegal de madeira e trabalho escravo
O madeireiro Jevelis Grey Panassolo está preso, acusado de grilagem de terras públicas. Sob o empresário também pesa a denúncia de ameaçar trabalhadores rurais assentados em Rurópolis, no oeste do Pará, e assim continuar explorando ilegalmente área de assentamento.
Para isso, Jevelis utilizava, inclusive, equipe armada.
Autor do pedido de prisão, o Ministério Público Federal (MPF), acusa Panassolo de usar documentos falsos para tomar posse de uma terra pública, denominada Fazenda Cachoeirinha.
Uma certidão do Incra falsificada também garantiu ao empresário o direito de extrair de forma ilícita madeira em grande escala, como detalha o procurador da República Camões Boaventura.
Para o MPF, Panassolo atuava em parceira com o pecuarista Ruy Villar de Lima Sampaio Júnior. De acordo com o procurador, a prisão de Ruy não foi decretada por não haver mais evidências que ele estaria extraindo madeira.
Em 2011, antes da ação, o pecuarista transferiu os direitos da posse sobre a área para o empresário preso.
Levantamento do Incra, aponta que a dupla está vinculada a diversas denúncias de tentativas de apropriação de terras da União, extração ilegal de madeira e ameaças e conflitos com famílias assentadas.
Jevelis Panassolo, por exemplo, é acusado, em outra denúncia, de submeter 11 pessoas a trabalho análogo ao escravo.
Segundo informações do MPF, Jevelis foi preso pela Polícia Federal no final de novembro. A prisão só foi divulgada nessa segunda-feira (5), para preservação de sigilo processual.
O empresário entrou com pedido de soltura no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e aguarda decisão da Justiça no presídio Silvio Hall de Moura, em Santarém (PA).
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Jevelis Panassolo.