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Moradores de comunidade do Rio são proibidos de fazerem festa de réveillon

Mandela 2
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Nanna Pôssa
29/12/2016 - 09:36
Rio de Janeiro

Moradores da favela Mandela 2, uma das comunidades mais pobres da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, estão proibidos de fazerem festa neste Ano-Novo.


A determinação é da comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Arará-Mandela, major Paula Andressa das Chagas Frugoni.


A justificativa é que falta o aval do Corpo de Bombeiros para a realização do evento.


No Natal, a comemoração coletiva na comunidade foi suspensa pelo mesmo motivo. Alguns moradores se sentem discriminados pela Polícia Militar por causa da proibição. A psicopedagoga Norma Maria fiz que a festa era tradicional.


O presidente da Associação de Moradores da Embratel, uma pequena comunidade que faz parte do Mandela, Márcio Barbosa Lima, também reclamou da proibição. “Nós nunca tivemos este problema. A comandante da UPP, que chegou agora, está alegando que precisa do aval dos Bombeiros, mas eles mesmo disseram que não se responsabilizam por isso, pois não é um ambiente fechado nem terá montagem de palco.”


Para o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Mandela 2, Francisco de Assis, a determinação da UPP demonstra inflexibilidade. “Falta bom senso da comandante. Nossa comunidade é pacífica, está tranquila, ela tem o apoio da associação, estamos trabalhando juntos.”


Procurado pela Agência Brasil, o Comando das UPPs respondeu, por meio de nota, que as regras são determinadas pela Secretaria de Segurança.


Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora Arará/Mandela, o evento ainda não está autorizado porque não atendeu algumas exigências de documentação.


A resolução da Secretaria de Segurança sobre o tema tem 35 artigos e não faz distinção entre eventos comerciais de grande porte e manifestações populares gratuitas, como as que ocorrem nas comunidades.

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