Mesmo com o período de chuvas, o Distrito Federal já enfrenta a maior crise hídrica da história. Na última semana de 2016, o volume da barragem do Rio Descoberto, que abastece 65% da população, chegou a 22,9%.
Nesta semana, o volume caiu mais um pouco, 20,94%. Responsável pelo abastecimento de 22% de Brasília, o reservatório de Santa Maria também preocupa. Opera atualmente com apenas 42,03% da sua capacidade.
Jorge Werneck, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e presidente do Comitê da Bacia do Paranoá, explica a gravidade da situação hídrica no DF.
Sonora: “Grande parte disso é em função da chuva. O regime da chuva mudou. Na década de 70, a chuva média era em torno de 1.500 a 1.6000 milímetros. A gente tem acompanhado o rebaixamento ao longo dos anos do lençol freático, mesmo em áreas naturais Mas esse problema se agrava ainda mais com um processo de impermeabilização do solo, mau uso do solo, tanto na área urbana como na área rural.
De acordo com Camila Campos, coordenadora de Informações Hidrologicas da Adasa, a agência reguladora está em alerta e não descarta a possibilidade de racionamento.
Sonora: “Fontes alternativas de abastecimento estão sendo estudadas., racionamento também pode já ser implantado. Já foi autorizado pela Adasa desde novembro, e a Caesb (Companhia de Água e Esgoto de Brasília) está estudando, de fato, a implementação do racionamento e também outras fontes de abastecimento. Mas a Caesb ainda vai apresentar para a Adasa essas alternativas.
*Produção de Manuela Castro
** O título foi alterado para adequação de informação, pois trazia o dado do final do ano e não o desta semana