O auditor da Receita Federal Eduardo Cerqueira Leite e o advogado e empresário Mário Pagnozzi foram presos preventivamente pela Polícia Federal em uma nova fase da Operação Zelotes.
De acordo com o juiz federal Vallisney Oliveira, os dois estariam atuando em obstrução à Justiça e ainda esconderiam bens comprados durante a prática de crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os dois já foram denunciados pelo Ministério Público Federal, em conjunto com outras nove pessoas. Segundo os procuradores, eles teriam praticado crimes junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), beneficiando o Bank Boston, atualmente Itaú- Unibanco, em julgamentos do Carf.
De acordo com o pedido de prisão, há indícios de que Eduardo e Mário seriam os líderes de uma organização criminosa que atua desde 2006 e que movimentou, apenas no caso do Bank Boston, cerca de R$ 45 milhões. As investigações revelaram que os valores pagos ao escritório de Mário Pagnozzi teriam chegado aos demais integrantes por meio de empresas laranjas.
Segundo o juiz, a prisão se justifica porque a organização criminosa ainda não se desfez por completo e a liberdade dos dois representa uma ameaça à ordem pública, econômica e à própria instrução criminal.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Eduardo Leite e Mário Pagnozzi. Em nota, o Itaú Unibanco informou que, em 2006, comprou as operações do Bank Boston no Brasil, mas que os processos tributários do banco continuaram sob inteira responsabilidade do vendedor, o Bank of America. Entramos em contato com essa instituição, mas o banco não quis comentar o caso.
* Áudio e título alterados às 16h de 26/07/17 para acréscimo de informações.