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Ambientalista acredita que mortandade de botos-cinza se deve à industrialização

Vírus ou poluição?
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Joana Moscatelli
20/01/2018 - 14:06
Rio de Janeiro

Após uma série de mortes de botos-cinza na Baía de Sepetiba, no litoral do Rio de Janeiro, o ambientalista e idealizador do Movimento Baía Viva, Sérgio Ricardo contestou a versão do governo estadual de que a causa da mortandade tenha sido um vírus.

 

Segundo o ambientalista, o processo de industrialização na região está ameaçando não só os botos mas outras espécies como tartarugas e cavalos-marinhos, além do trabalho de pescadores artesanais.

 

Questionados sobre as críticas, a Secretaria Estadual do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente reafirmaram, em nota, que a mortalidade de botos foi pesquisada e atestada como doença típica de cetáceos, causada por vírus pelos laboratórios de Mamíferos Aquáticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e de Patologia Comparada de Animais da Universidade São Paulo.

 

O comunicado ressalta que os laudos não mencionam qualquer relação com a poluição da baía e que são produzidos por instituições com amplo conhecimento do assunto e completamente independentes.

 

Mas, após a mortandade, o Ministério Público Federal recomendou, ao Inea e à Companhia Portuária Baía de Sepetiba, a imediata suspensão da dragagem na Baía. A recomendação foi baseada em parecer de pesquisadores do Laboratório de Bioacústica e Ecologia de Cetáceos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A preocupação é que a dragagem faça com que metais depositados no fundo da baía, se dispersem pela água.

 

Em contato com eles, a imunidade dos botos-cinza pode ficar comprometida, facilitando a ação do vírus e aprofundando os efeitos do surto. Carcaças de mais de 170 botos já foram recolhidas por entidades ambientais nas baías de Sepetiba e de Ilha Grande, na Costa Verde do Rio de Janeiro, região que abriga a maior população do mundo da espécie. Antes do surto, a estimativa era de que viviam ali 800 golfinhos.

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