A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Carmen Lúcia chegou a Goiânia, em Goiás, na manhã desta segunda-feira.
Ela se reuniu com o governador Marconi Perillo e o presidente do Tribunal de Justica do estado, desembargador, Gilberto Marques Filho. Depois, conversou com o prefeito de Aparecida de Goiania, juizes, promotores de justiça e defensores públicos.
Cármem Lúcia recebeu da defensora, um abaixo-assinado dos presos relatando as condições da penitenciária, onde ocorreram motins e 9 mortes este ano. Foi um documento escrito à mão, assinado por mais de mil detentos.
Outro assunto previsto para o encontro era a criação de uma força-tarefa para apurar as medidas de enfrentamento à crise carcerária no estado. Essa força-tarefa seria integrada por membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e Justiça criminal.
A ideia é dar agilidade aos mais de 12 mil processos relativos à prisões em Aparecida de Goiânia, que se acumulam na Vara de Execução penal. A superlotação é apontada com uma das causas das rebeliões.
Na semana passada, ministra Cármen Lúcia determinou que o Tribunal de Justiça elaborasse, um relatório sobre as condicões do presídio, relatório esse que apresentou varias irregularidades.
O desembargador Gilberto Marques Filho inspecionou o local e constatou, além da superlotacão, a situação precária das instalações, com recorrentes cortes de água e energia.
Cerca de 80 detentos, que fugiram durante o motins, ainda continuam foragidos. A Justiça determinou que os presos de alta periculosidade sejam transferidos para outros presídios.
E neste domingo, chegou à Goiânia o líder do Comando Vermelho de Goiás, Stepahn de Souza Vieira. O local para onde ele foi levado é mantido em sigilo.
Conhecido como BH, ele é apontado como um dos comandantes da rebelião em Aparecida e foi preso no Rio de Janeiro dois meses após fugir da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto.
A crise no sistema penintenciário em Goiás também se reflete em outros municipios. A polícia continua na busca pelos 10 presos que fugiram, no sábado, do presidio de Luziânia.
Em Anápolis, dois agentes prisionais foram assassinados, no segundo dia do ano, após saírem do trabalho. No dia seguinte, um preso foi encontrado morto dentro da penitenciária da cidade.