O diretor-geral do DER- Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná, Nelson Leal, e mais cinco pessoas, foram presas temporariamente na manhã desta quinta-feira durante a 48ª fase da Operação Lava Jato.
Esta etapa investiga esquema de fraude na gestão de rodovias federais concedidas no Paraná. Os envolvidos podem ter cometido os crimes de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Dois investigados foram detidos na cidade de Londrina, dois em Curitiba, ambas no Paraná, e outros dois em São Paulo. Esses últimos vão cumprir a prisão em Curitiba. A Polícia Federal no Paraná não divulgou os nomes de todos os presos.
Também foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná. A sala de um servidor da Casa Civil do governo paranaense foi vasculhada. As ordens judiciais foram autorizadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
As investigações revelaram esquema de corrupção de agentes públicos e empresas ligadas a concessão do Anel da Integração, no Paraná.
A empresa Triunfo Participações é um dos alvos. Ela administra a concessionária Econorte que opera 341 quilômetros de rodovias entre as cidades paranaenses de Jacarezinho, Jataizinho e Sertaneja. O valor médio do pedágio é de 20 reais.
Dados da quebra de sigilo bancário dos investigados comprovaram que, entre 2005 e 2015, a Econorte recebeu mais de dois bilhões em tarifas pagas pelos usuários. Deste total, mais de 343 milhões foram repassados para empresa subsidiária para executar a conservação de rodovias, sem ser comprovada a prestação do serviço.
O Ministério Público Federal no Paraná identificou que havia um esquema de repasse de dinheiro para empresas ligadas a servidores públicos do DER paranaense, do DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e da Casa Civil do Paraná.
Até o fechamento desta matéria, nem a Econorte e nem o DER do Paraná haviam se manifestado sobre a 48ª fase da Operação Lava Jato.
Em nota, a diretoria do DER, Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná informou que o órgão não compactua com práticas ilegais, como recebimento de vantagens indevidas para favorecer empresas.
Também em nota, o governador do Paraná, Beto Richa, afirmou que pediu nesta quinta-feira a instauração de processo de investigação para o esclarecimento de eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, na chamada "Operação Integração", que envolve a concessão de rodovias federais no Paraná.
E acrescenta que Carlos Nasser exercia a função de assessor político junto à Casa Civil, cargo de terceiro escalão, sem qualquer vínculo com o Gabinete do Governador, e já foi afastado do cargo até a apuração completa dos fatos.
* Áudio alterado às 16h41 do dia 22-01-18- para inclusão de informações.
* Texto alterado às 18h41 do dia 22-02-18- para inclusão de informações.