Barroso pede à PF que investigue vazamento de decisão sobre quebra de sigilo de Temer
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou, na noite dessa terça-feira (6), que a Polícia Federal investigue o vazamento da decisão sobre a quebra do sigilo fiscal do presidente Michel Temer.
A medida foi tomada pelo ministro, que é relator do caso, depois que a defesa do presidente pediu acesso à decisão.
Barroso quer descobrir como os advogados conseguiram detalhes sobre a quebra do sigilo, já que a medida não foi tornada pública pelo ministro porque está em segredo de Justiça.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Nacional, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, disse que não pretende recorrer da decisão de Barroso sobre a quebra do sigilo, mas explicou porque pediu acesso ao despacho.
Sonora: “Eu vou elaborar uma petição demonstrando os erros e as inconstitucionalidades dessa medida, embora o presidente não tenha nenhum receio da abertura das contas. Não há nenhuma irregularidade.”
O presidente Michel Temer é investigado no inquérito que trata do suposto favorecimento da empresa Rodrimar por meio da edição do chamado Decreto dos Portos, assinado pelo governo em maio do ano passado.
Em coletiva à imprensa no Palácio do Planalto, na tarde dessa terça-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, reafirmou que Temer vai tornar público os extratos bancários dos últimos quatro anos, mas declarou que o pedido de quebra do sigilo fiscal é abusivo.
Sonora: “Evidentemente é abusivo e até absurda esta decisão. O presidente decide, a princípio, não recorrer desta decisão e mantém, já que não tem nada a esconder, a decisão ontem tomada de revelar seu sigilo bancário à população brasileira através da imprensa.”
Na ação, além de Temer, são investigados o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, donos da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.