Vigilantes decidem manter greve mesmo com determinação judicial para volta ao trabalho
Mesmo com determinação da Justiça para que 100% dos vigilantes retornem ao trabalho em vários órgãos públicos, a categoria decidiu por unanimidade manter a greve. A decisão foi tomada em uma assembleia cheia na noite dessa segunda-feira (5)
A liminar da vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Maria Regina Guimarães, ordenou o retorno dos vigilantes de hospitais públicos, bancos, estações de metrô, transporte de valores, postos do INSS, tribunais de justiça e escolas públicas.
Foi estabelecida multa diária de R$ 100 mil, caso a ordem seja descumprida. O autor do pedido foi o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do DF. Já o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Paulo Quadros, disse que a entidade recorreu nessa segunda, e ressaltou que a decisão de manter a greve é do conjunto dos trabalhadores, e vai ser respeitada.
Sonora: “Essa decisão foi apresentada em assembleia para os trabalhadores e, em assembleia, eles aprovaram manter a continuidade até o patrão apresentar proposta decente, que atenda nossos anseios e, aí, a gente cessa a greve.”
A negociação entre as partes ocorre desde dezembro do ano passado. Os vigilantes pedem reajuste salarial e lutam contra a retirada de direitos já conquistados no acordo coletivo. As mudanças propostas pelas empresas de segurança passaram a ser permitidas com a reforma trabalhista. O presidente do Sindicato dos Vigilantes fala que a manutenção de todas as cláusulas do acordo é essencial para o fim da greve.
Sonora: “Meia hora pra almoçar, hoje o trabalhador tem uma hora. Em contrapartida, o adicional noturno, que diminuiria em torno de 50% dos cálculos que se tem hoje. Tudo o que tem de ruim na reforma trabalhista eles querem transcrever para no nosso ACT [acordo coletivo de trabalho].”
Entre as mudanças no acordo coletivo estava também a troca de parte do ticket alimentação por cesta básica, mas o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do DF respondeu que já abriu mão desse ponto. As outras exigências permanecem.
Na audiência da última sexta-feira (2), mediada pelo Ministério Público do Trabalho, os vigilantes diminuíram o pedido de reajuste para 3% e 6 e meio por cento no tíquete. A empresa quer 2%, baseada no INPC. Quanto à decisão judicial de retorno ao trabalho, a entidade patronal disse lamentar o descumprimento da determinação e que já tomou medidas cabíveis.