Famílias tradicionais e trabalhadores rurais ocupantes da gleba Tauá, no Tocantins, estão sendo ameaçados por pistoleiros.
O local, no município de Barra do Ouro, a 413 quilômetros de Palmas, é área da União e já possui projetos de reforma agrária em andamento.
Os ataques foram filmados pelas famílias e a denúncia enviada à Defensoria Pública do Tocantins, Ministério Público Federal (MPF), Ouvidoria Agrária Nacional e Delegacia Especializada em Conflitos Agrários.
A situação de ameaças não é uma novidade, mas tem ficado mais frequente, como explica a advogada da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Lorrany Lourenço.
Os vídeos recebidos pela Pastoral da Terra, no dia 18 de julho, mostram um homem supostamente armado destruindo um barraco com o uso de motosserra, enquanto outros homens acompanham a ação.
Em outro vídeo, um dos homens afirma que qualquer novo barraco levantado será destruído.
O defensor público do Tocantins Sandro Ferreira espera que a atuação da polícia, no caso, seja rápida.
A Ouvidoria Agrária Nacional explicou, em nota, que acompanha os conflitos na Gleba Tauá, tendo solicitado a atuação da Delegacia Especializada na Repressão de Conflitos Agrários do Tocantins.
De acordo com a ouvidoria, no dia 25 de julho também foram solicitadas informações ao delegado da Polícia Civil em Barra do Ouro, sobre novas situações de violência no campo.
A Ouvidoria Agrária também informou que a Gleba Tauá está sob gestão da Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.
A secretaria está promovendo a regularização fundiária de ocupações na gleba e mais de 3,3 mil hectares foram destinados ao Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, para a criação de dois assentamentos.
A reportagem não conseguiu contato com a família supostamente envolvida nos ataques.