PF pede arquivamento do inquérito sobre queda de avião com Eduardo Campos; sabotagem foi descartada
Quatro anos após o acidente aéreo que matou sete pessoas, incluindo o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, a Polícia Federal não conseguiu precisar as causas da queda da aeronave.
O relatório completo foi apresentado nesta quarta-feira, em Brasília. Não houve uma conclusão porque o gravador do avião não registrava as conversas da tripulação há quase dois anos. Por isso, a Polícia Federal recomendou ao Ministério Público Federal o arquivamento do inquérito.
Segundo o delegado responsável pelos quatro anos de investigação, Rubens Maleiner, a Polícia Federal identificou quatro hipóteses que não foram comprovadas, e não podem ser descartadas.
O delegado explica que outras hipóteses foram totalmente descartadas, entre elas a possibilidade de sabotagem causada por alguém.
A polícia conseguiu simular todo o trajeto do avião, até o acidente, com base em imagens escaneadas, simulações, testemunhas oculares, câmeras de segurança nos arredores, cálculos de velocidade, altitude e condições climáticas.
Apesar de não ter como responsabilizar a tripulação da aeronave, a polícia detectou falhas na atuação deles, como o descumprimento de algumas normas de aviação. Mas as ações não foram determinantes para a queda do avião.
Rubens Maleiner disse que entre as quatro hipóteses consideradas no inquérito, não há como apontar a mais provável e não foi apontada a prática de nenhum crime. A maior dificuldade para as apurações, segundo ele, foi na ausência de gravações da cabine do avião.
O delegado explicou que o gravador apresentava problemas e não gravava as conversas há um ano e nove meses. Por isso, o relatório com 26 volumes e mais de quatro mil páginas orienta ao Ministério Público Federal, o arquivamento do inquérito.