A Justiça do Rio de Janeiro condenou o soldado da Polícia Militar Bruno Medeiros Athanasio a 4 anos de prisão em regime aberto, por tentar corromper duas testemunhas que prestariam depoimento no caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, ocorrido em agosto de 2013.
Amarildo desapareceu após ser preso por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Favela da Rocinha, na zona sul da capital fluminense. O corpo dele não foi encontrado até hoje.
Athanasio tinha sido absolvido por falta de provas no julgamento em primeira instância, realizado em junho do ano passado. Mas o Ministério Público recorreu, e os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça condenaram o soldado por unanimidade.
Eles acompanharam o voto do relator, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, que manteve, ainda, a condenação recebida em primeira instância pelo major da PM Edson Raimundo dos Santos, comandante da UPP da Rocinha à época, e também pelo soldado da PM Newland de Oliveira.
Em seu voto, o magistrado considerou que o teor das gravações de escutas telefônicas com autorização judicial deixa claro que os acusados tentaram corromper testemunhas com o objetivo de livrar os PMs das suspeitas de envolvimento no caso Amarildo.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os acusados ofereceram R$ 850 em dinheiro e o pagamento do aluguel de uma casa fora da Rocinha para uma moradora mentir em depoimento à polícia, durante as investigações sobre o envolvimento de PMs no desaparecimento de Amarildo. Pelo acordo, ela teria que responsabilizar o traficante conhecido como Catatau pela morte do ajudante de pedreiro.
Ainda de acordo com o Ministério Público, os acusados teriam oferecido R$ 500 e fraldas descartáveis para outro morador da Rocinha prestar depoimento falso com o mesmo teor.