Polícia do DF prende líderes comunitários que grilavam terras no Paranoá e Planaltina
Dezenove pessoas, entre elas três lideres comunitários, foram presas na Operação Terra Limpa, que investigava um esquema de grilagem de terras. As apurações da Polícia Civil identificaram duas invasões de áreas públicas, no Paranoá e em Planaltina.
Uma das áreas, conhecida como Curral Comunitário, na zona rural do Paranoá, já estava bem estruturada, com mais de 100 casas, com nome de ruas e placas de endereços.
O delegado Victor Dan detalhou como o esquema de grilagem de terras funcionava:
Sonora: “Líderes comunitários aliciavam a população mais pobre para invadir e construir barracos na madrugada. E sempre com falsas promessas de regularização das terras.”
De acordo com a polícia, cada lote era vendido por R$ 7 mil. Os valores eram parcelados e se o comprador não conseguisse honrar o acordo, era expulso da casa para que o terreno pudesse ser vendido novamente. Toda a segurança do esquema, que envolvia a garantia de pagamento, era feita por traficantes locais.
Uma das líderes comunitárias presas, Iara Fernandes de Oliveira, foi candidata a deputada distrital. No momento da prisão dela, alguns moradores tentaram invadir a 16ª Delegacia de Polícia em Planaltina no intuito de libertá-la.
A Agefis, em parceria com a Polícia Militar, fez a primeira derrubada de casas nessa sexta-feira (25). Todos os envolvidos que foram presos responderão por parcelamento irregular de solo urbano, ocupação irregular do solo, crimes ambientais e associação e organização criminosa. Se condenados, eles podem pegar de um a cinco anos de prisão.