Comissão Independente diz que rompimento de barragem em Brumadinho era previsível
A Comissão Independente foi criada pelo Comitê Internacional dos Direitos do Trabalho a partir do pedido do sindicato dos trabalhadores da mina do Vale do Córrego do Feijão.
A comissão está desde o começo da semana entrevistando pessoas que foram afetadas pela tragédia. Desde familiares das vítimas e sobreviventes a trabalhadores da vale e povos índigenas.
A declaração preliminar diz que o rompimento da barragem era previsível e não pode ser tratado como acidente e traz recomendações claras.
Diz que para fazer justiça é preciso indenizar todas as pessoas afetadas: familiares de mortos, sobreviventes, funcionários da própria vale, trabalhadores terceirizados, pessoas que perderam o meio de sobrevivência e as pessoas que perderam o bem estar econômico.
Também recomenda que a Vale arque com todos os custos de reparação ambiental.
Pede que a definição de quem deve ser indenizado, o valor a ser pago e a dimensão de reparação ambiental seja feita por profissionais independentes da mineradora, mas custeados por ela.
Exige que todos os estudos, valores e decisões estejam à disposição do público.
E termina fazendo sugestões para evitar o rompimento de novas barragens. Entre elas: estabelecer multas proporcionais ao tamanho da empresa e não os custos de colapso da barragem e punir criminalmente os executivos responsáveis pelo conselho de administração das empresas, uma medida que já é adotada em outros países, como explicou o presidente de comissão David Michels.
O relatório preliminar também recomenda que todas as barragens de Minas Gerais sejam incluídas em um programa de auditoria independente contínuo.
Em nota, a mineradora Vale disse que as causas do rompimento da barragem estão sendo investigadas, que a empresa tem apresentado todos os documentos e informações solicitados e que vai continuar contribuindo com as investigações.
270 pessoas morreram com o rompimento da barragem de Brumadinho que completou 6 meses no dia 25 de julho.