A Polícia Civil do Pará ouviu os 26 detentos que estavam no caminhão-cela na noite em que quatro presos foram mortos, durante trajeto entre as cidades de Altamira e Belém. Os policiais não encontraram indícios do envolvimento de quatro deles nos assassinatos.
Os outros 22 foram autuados em flagrante por associação criminosa e homicídio. Os detentos teriam participado das mortes por ação ou omissão. Todos negam as acusações.
O laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves afirma que os quatro detentos assassinados morreram por asfixia em decorrência de estrangulamento. Tanto os mortos quanto os suspeitos possuem marcas e arranhões, o que indica luta corporal. Serão realizados exames de DNA para confirmar quem cometeu os crimes.
Os presos eram monitorados por um sistema de quatro câmeras acompanhadas em tempo real. Uma falha na transmissão do sinal das câmeras no trajeto entre Novo Repartimento e Marabá teria impedido o registro das mortes.
Os presos estavam sendo transferidos em decorrência do massacre na unidade prisional de Altamira, que deixou 58 mortos. Eles são acusados de fazer parte de uma das facções criminosas envolvidas no ataque. Por medida de segurança, o governo estadual decidiu transferir as lideranças para presídios federais e estaduais. Quarenta agentes federais da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária foram enviados ao Pará para reforçar as operações e já começaram os trabalhos.