Os acidentes com motos aumentaram no país, de acordo com a última pesquisa sobre o desempenho do Sistema de Saúde da Fiocruz.
Os dados apontam que o índice que era de 8,3% em 2000, pulou para 33,4% em 2017. A maioria das vítimas é de jovens entre 20 e 39 anos.
As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste são as que apresentam maior índice de mortes de motociclistas, concentrando até 59% do total.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Josué Laguardia, dos R$260 milhões gastos no Sistema Único de Saúde em 2017, com internações por acidentes com transportes terrestres, cerca de 63% desse valor foi gasto com motociclistas.
Outro dado que chama a atenção do pesquisador é que as mortes em vias públicas cresceram nas regiões Nordeste e Sul, possivelmente por conta da demora no atendimento. Segundo Josué Laguardia, a alta no número de óbitos de motociclistas no trânsito tem a ver com o aumento de motocicletas circulando, causado pela intensificação dos serviços de mototáxi e de entregas.
Dados sobre a oferta dos meios públicos de transporte no Brasil, produzidos pelo IBGE, apontam que em 52,7% dos municípios brasileiros há serviços de mototáxis, sendo maior a presença deste serviço nas cidades que têm entre 50 mil e 100 mil habitantes.
O maior problema apontado pelo pesquisador Josué Laguardia é que o serviço muitas vezes não conta com regulação em âmbito municipal, o que dificulta a implantação de políticas públicas para prevenir acidentes.
A Organização Pan-Americana da Saúde aponta que em junho do ano passado menos de 30% das cidades brasileiras tinham municipalizado sua gestão do trânsito.