O Vaticano realiza até o dia 27 de outubro A Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica. O encontro, iniciado nesse domingo (6), busca novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
Foram convidados 250 bispos dos nove países amazônicos. O Brasil tem a maior delegação do encontro, com 118 integrantes, sendo 56 bispos da Amazônia Legal, além de lideranças indígenas.
Nesse domingo, abertura da assembleia especial, realizada na Basílica de São Pedro, o papa Francisco recomendou que os bispos caminhem juntos pela Amazônia.
O líder religioso pediu que o Espírito Santo dê "prudência audaciosa" e inspire a renovação dos caminhos para a Igreja. O papa afirmou que a Amazônia precisa do fogo de Deus, que alimenta a partilha e não do fogo ateado por interesses, que alimenta o lucro e devasta florestas.
Em junho, um documento preparatório divulgado pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos já adiantava a preocupação do Vaticano com a destruição e exploração ambiental da região pan-amazônica.
A secretaria do Sínodo também chamava a atenção para a violação de direitos e às ameaças sofridas pelas comunidades indígenas, camponesas, quilombolas, ribeirinhas e urbanas.
Relatório divulgado no mês passado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostra que, apenas no Brasil, desde 1985 1.119 indígenas foram assassinados.
O Vaticano defende o direito dos povos originários ao território, à autodeterminação, à demarcação, à consulta e ao consentimento prévios. A assembleia marcada para este mês se propõe a estabelecer novos caminhos para o diálogo com as sabedorias ancestrais e também com os governos dos países da pan-amazônia.
Além do Brasil, fazem parte da região Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.