A taxa de homicídio de negros vem aumentando e supera, em todas as faixas etárias, a dos brancos. Em 2017, o indicador foi de 16 mortes a cada 100 mil habitantes no caso da população branca, mantendo-se, portanto, estável quando considerada toda a série histórica, desde 2012. Já para pretos e pardos, a taxa de homicídios aumentou de 37,2 para 43,4 a cada cem mil habitantes nesse mesmo período.
Isso é o que revela o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A analista de Indicadores Sociais do IBGE, Luanda Botelho, detalha os resultados da publicação, com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Ela ressalta que os números mostram que negros têm mais chances de serem assassinados do que os brancos.
Os dados mostram, ainda, que o indicador que mede a violência letal atinge com mais intensidade a população jovem. Quando analisado o grupo com idade entre 15 e 29 anos, a taxa de homicídios chegou a 98,5 entre pretos ou pardos, contra 34 no caso dos jovens brancos.
A publicação também destaca, com base na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar 2015, que a violência compromete a curto prazo a vida escolar da população negra. Quase 54% dos alunos pretos ou pardos estudavam em estabelecimentos localizados em área de risco. E ainda, a análise com alunos do nono ano concluiu que 15,4% dos pretos ou pardos deixaram de ir à aula algum dia por falta de segurança no trajeto entre a casa e a escola.
Segundo o IBGE, jovens expostos à violência têm mais propensão a sofre de doenças como depressão, vício e problemas de aprendizagem, além de suicídio. O informativo conclui que o cenário demanda políticas públicas direcionadas à redução da violência, mas com enfoque específico na parcela mais vulnerável dos brasileiros.