O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou, na noite dessa sexta-feira, a terceira morte no deslizamento causado pela chuva na cidade de Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, em que três casas ficaram soterradas. Foi uma criança de seis anos de idade.
Durante o dia, dois corpos tinham sido localizados: o de uma mulher e o do filhinho dela, um um bebê com apenas seis meses de vida. Eles estavam abraçados. Uma pessoa ainda está desaparecida e mais de 2,3 mil tiveram que abandonar suas casas.
Belo Horizonte teve o dia mais chuvoso, desde que o tempo começou a ser monitorado, há 110 anos. Houve deslizamentos e enchente na capital. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em parte da cidade. O Corpo de Bombeiros não tem informações sobre mortos ou desaparecidos na capital de Minas Gerais.
Ainda na Região Metropolitana, da zero hora até o fim da tarde dessa sexta-feira, a Defesa Civil atendeu a 45 chamadas de desabamento de estruturas e vistoriou outras 55 localidades para analisar o risco de desmoronamento.
A grande quantidade de chuva registrada ao longo dessa sexta-feira levou Belo Horizonte e outros 24 municípios a decretarem situação de emergência.
A situação das barragens também preocupa. Uma delas se rompeu no município de Aricanduva, no Vale do Jequitinhonha. Felizmente não deixou vítimas e os danos materiais ainda não foram contabilizados.
Das 25 barragens monitoradas pelas autoridades mineiras, quatro estão em alerta vermelho devido ao nível de rejeitos. Três delas são da Vale. A Sul Superior, em Barão de Cocais, e as barragens Forquilha 1 e Forquilha 3, que ficam na cidade de Ouro Preto. Em nota, a Vale informou que instalou bombas adicionais para aumentar a vazão da água desses reservatórios para os sistemas de drenagem.
A outra barragem em alerta vermelho é a B3/B4, da mineradora MBR, no município de Nova Lima. A reportagem não conseguiu contato com a MBR.
A sexta-feira foi de muita chuva, principalmente na região Sudeste, onde fica Minas Gerais. O motivo é a instabilidade atmosférica, gerada pelo transporte de umidade da região Amazônica e um sistema de baixa pressão no Oceano Atlântico. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia é de que o volume de chuva continue grande pelo menos até amanhã deste sábado.