Greve dos Petroleiros: sindicato diz que está prevista reunião de mediação no TST na sexta-feira
A greve dos trabalhadores da Petrobras pode ter uma solução na próxima sexta-feira (21), quando está marcada uma reunião de mediação no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília. Até lá, os petroleiros devem se reunir nas bases e realizar uma assembleia nesta quinta-feira (20) para acertar os próximos passos do movimento.
A reunião antecede o julgamento do dissídio da categoria marcado para o dia 9 de março. Procurada pela reportagem, no entanto, a Petrobras disse que só vai participar da mediação se a greve for suspensa.
Apesar da decisão liminar do Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra, que considerou a greve abusiva e autorizou sanções administrativas aos grevistas, os petroleiros afirmam que o movimento continua. Nesta terça-feira (18), uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª região, no Paraná, suspendeu a demissão dos trabalhadores da Araucária Nitrogenados, subsidiária da Petrobras no estado.
A reversão da demissão de quase 400 funcionários é uma das pautas principais da greve.
Gustavo Marun, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, o Sindipetro-RJ, e da Federação Nacional dos Petroleiros detalha que o objetivo é evitar definitivamente as demissões.
A Petrobras reforçou nesta quarta-feira (19) por meio de nota que a Araucária Nitrogenados apresenta recorrentes prejuízos desde que foi adquirida em 2013.
A companhia afirmou que participou da mediação que determinou a suspensão das demissões até a próxima audiência marcada para o dia 6 de março e que vai discutir com outro sindicato, o Sindiquímica do Paraná, as condições do que chamou de pacote de benefícios para os desligamentos dos empregados.
A empresa diz que além das verbas rescisórias legais, o pacote inclui valores de até R$210 mil de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho, além de outros benefícios como plano médico e uma assessoria especializada em recolocação profissional.
De acordo com os sindicatos, a greve atinge 55 plataformas de petróleo, todas as refinarias e diversos terminais.
Sobre os impactos da greve, a Petrobras afirmou que nenhuma base teve adesão total à paralisação considerada irregular e que a companhia tem mantido a produção por meio da atuação de equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento.
Segundo a empresa, a produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e afastam a possibilidade de desabastecimento.