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Iluminado de lilás, Cristo lembra vítimas da violência doméstica

Monumento faz referência aos 14 anos da Lei Maria da Penha
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Solimar Luz
26/08/2020 - 21:04
Rio de Janeiro

O Cristo Redentor ganhou uma iluminação lilás, na noite desta quarta-feira (26). Dois motivos deram ao monumento as novas luzes: alertar contra a violência doméstica e lembrar os 14 anos da Lei Maria da Penha.  A  lei, que prevê punição medida para os agressores, além de medidas protetivas para as mulheres vítimas, tipifica essa violência em cinco casos: física, psicológica, patrimonial, sexual e moral.

Antes das luzes serem acesas, também em alusão à lei, a Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio do Departamento Geral de Atendimento à Mulher,  promoveu evento inter-religioso no Santuário, aos pés do Cristo Redentor.

De acordo com a diretora do Departamento, Sandra Ornellas, as estatísticas mostram que a casa é o lugar mais perigoso para uma mulher. A delegada avalia que, durante o isolamento social causado pela Covid-19, elas podem estar ainda mais vulneráveis à violência, dividindo o mesmo teto com seus agressores, sem conseguir pedir ajuda. 

Sandra Ornellas destaca a importância do debate sobre o tema e lembra ainda que ”é necessário e urgente sensibilizar a população de que a violência doméstica é um problema da sociedade, e todos devem estar unidos para a proteção e defesa dos direitos das vítimas.

Apesar de as Delegacias de Atendimento à Mulher terem continuado a funcionar ao longo de todo o período de quarentena, inclusive realizando prisões em flagrante, houve uma diminuição nos registros de ocorrência, em alguns casos de até 50%. 

Os dados apresentados pelo ISP, Instituto de Segurança Pública, apontam que o total de mulheres vítimas de crimes registrados com base na Lei Maria da Penha apresentou uma queda de 10% em julho deste ano, frente a igual mês de 2019. Mas, houve aumento de 19% em relação ao total de registros de junho de 2020.

O monitor de violência também destaca maior percentual de ocorrências em residência, nos registros dos crimes mais graves, como a violência sexual, com uma variação de nada menos que 57,7% em 2019 para 66,6% em 2020.

A titular do Departamento Geral da Polícia Civil de Atendimento à Mulher conclui que, "segundo o Monitor de Violência do ISP, a redução do número de registros não significa que a violência esteja diminuindo, mas que pode haver subnotificação neste período de pandemia”.

 

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