Prefeitura do Rio cumpre ação de despejo em casa que abriga LGBTI
Lar de acolhimento e projetos voltados para a população LGBTI, a Casa Nem ocupava um prédio particular em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro até esta segunda-feira (24), quando sofreu uma ação de reintegração de posse.
A tropa de choque da Polícia Militar e a Guarda Municipal chegaram cedo ao local, que abrigava desde 2019 cerca de 50 lésbicas, gays, bissexuais e transexuais em situação de vulnerabilidade.
A remoção aconteceu de forma pacífica, após um acordo feito entre o governo do estado e os integrantes da Casa Nem, que vão ocupar temporariamente uma escola, também em Copacabana, até que o imóvel cedido pela prefeitura no bairro de Laranjeiras, na mesma região, fique pronto para recebê-los.
A coordenadora do projeto, Indianare Siqueira, fez um discurso na sacada do prédio anunciando a decisão. Cada frase era repetida pelas pessoas presentes no ato, para que todos ouvissem.
Decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a ação estava inicialmente marcada para o dia 27 de julho, mas foi suspensa por falta de condições técnicas. Também a inexistência de outro espaço para acomodar os moradores da Casa Nem ajudou no adiamento.
A ação de despejo foi movida pelos proprietários do prédio. Em outubro do ano passado, a 15ª Vara Cível do TJRJ atendeu ao pedido pela primeira vez. Recursos contra a decisão foram negados e, no dia 18 de junho passado, a juíza Daniela Freitas expediu um novo mandado de reintegração de posse, por considerar o local inadequado para habitação.
A Casa Nem nasceu em 2016, como parte de um projeto de pré-vestibular comunitário, e já sofreu despejos anteriores, em endereços na Lapa, região central da cidade, e em Vila Isabel, na zona norte.