Estados precisam agir antes que festas aconteçam, diz epidemiologista
Mais uma festa clandestina no Morumbi, uma das regiões mais ricas da capital paulista, foi encerrada na noite dessa quarta-feira (14) pela Polícia Civil.
Dentro de uma residência, cerca de 50 pessoas, a maioria sem máscaras, compartilhavam copos e se aglomeravam sem qualquer cuidado.
O dono da casa foi levado à delegacia, autuado e depois liberado, já que o governo de São Paulo não definiu multas ou outro tipo de penalidade para quem desrespeita as medidas sanitárias de combate à pandemia de coronavírus.
Mas as blitze do estado seguem ativas. Em março foram quase 2,5 mil autuações de comércios funcionando irregularmente e fechamentos de festas clandestinas.
Esse tipo de evento também virou alvo de fiscalização em várias outras cidades, como Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Para o infectologista André Bon, do Hospital Universitário de Brasília, realmente as pessoas estão cansadas do isolamento social, mas é preciso ter empatia com as pessoas que estão sofrendo para evitar mais mortes.
E no momento mais crítico da pandemia, é possível encontrar nos streamings de música listas que ensinam como burlar a fiscalização, como chamar pouca gente e convidar pelo WhatsApp. A estratégia já virou até tema de música.
Para o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, não basta fiscalizar as festas nas horas em que elas acontecem. Os governantes têm que agir com inteligência.
O epidemiologista diz que as festas não são a única explicação para o aumento da presença de jovens nos hospitais. Outros fatores, como as novas variantes do coronavírus e o aumento exponencial de casos em toda a população, acaba atingido as pessoas mais jovens, que somam um contingente muito maior que o de idosos.
Mas ele tem certeza que as festas, principalmente no começo do ano, contribuíram para o agravamento da pandemia de uma forma geral.