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Pesquisadores analisam o uso de câmeras por agentes de segurança

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Lucas Pordeus León - Repórter da Rádio Nacional
03/01/2022 - 10:05
Brasília

A instalação de câmeras no uniforme dos agentes das forças de segurança está em fase de análise na maioria dos estados brasileiros. Porém, os especialistas alertam que a medida, por si só, não deve resolver todos os problemas da violência praticada pelas polícias ou contra esses agentes de segurança.

A nova tecnologia, conhecida também como bodycam, já está em vigor nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rondônia e em fase experimental no Pará e no Rio Grande do Sul. A pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, Ariadne Natal, em entrevista à Rádio da USP, apontou que a violência policial tem diversas causas, como o estresse dos agentes, as condições em que as operações são realizadas, e a própria cultura das instituições policiais.

Apesar dos vários fatores que causam a violência policial, um levantamento da USP mostrou que a letalidade das operações caiu 40% nos primeiros dois meses de uso das câmeras em São Paulo. O também pesquisador do Núcleo de Violência da USP, Daniel Edler, considera que esse estudo é pontual. Ele alerta ainda que o impacto do uso da câmera está relacionado aos protocolos para acesso das imagens. O pesquisador Daniel Edler destacou ainda que a possibilidade de o agente ligar e desligar a câmera influencia na hora de se evitar uma violência policial.

Em Rondônia, desde 2018 as câmeras estão em uso nos uniformes da PM. Lá é o policial quem liga o equipamento no momento de averiguar uma ocorrência. O secretário de Segurança do estado, Hélio Pachá, afirma que a medida tem reduzido o número de denúncias. Hélio Pachá informou ainda que o estado adotou a medida inspirado na experiência de Santa Catarina. Um estudo sobre o uso da câmera no uniforme dos policiais catarinenses revelou que o uso de armas letais e não letais caiu 56% e o número de casos de desacato à autoridade reduziu 48% no período de três meses a partir de setembro de 2018.

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