A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador Gabriel Monteiro e a ex-funcionários dele. Entre os locais estão a casa do parlamentar e ex-policial militar, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital, e o seu gabinete na Câmara.
As diligências desta quinta-feira (7) fazem parte do inquérito que apura a filmagem e o vazamento de um vídeo íntimo de Gabriel Monteiro com uma adolescente de 15 anos. O vídeo foi distribuído para grupos de WhatsApp e postado nas redes sociais.
Em depoimento à Polícia, a adolescente afirmou que a relação e a filmagem foram consensuais, mas o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe, em qualquer circunstância, a troca ou a divulgação de imagens íntimas, envolvendo menores de idade. A menina disse, ainda, que não informou ao vereador a sua idade real, mas ex-funcionários do parlamentar afirmaram que ele sabia que ela tinha 15 anos, e inclusive comentava sobre a sua preferência por se relacionar com adolescentes.
Monteiro acusa esses ex-funcionários de terem vazado a filmagem. Por isso, a justiça também determinou o cumprimento de mandados em endereços ligados a essas pessoas. O juiz Guilherme Grandmasson ordenou ainda quebra do sigilo de todos os aparelhos telefônicos, eletrônicos e a análise dos conteúdos trocados por aplicativos de mensagens envolvendo as pessoas citadas no caso.
Essa é apenas uma das denúncias feitas contra o vereador nas últimas semanas, depois que o programa Fantástico, na Rede Globo, deu voz a ex-funcionários que acusam Monteiro de assédio moral e sexual, e de forjar os vídeos que faz para o Youtube, onde supostamente estaria ajudando crianças e participando de operações policiais.
Após as primeiras acusações, algumas mulheres também acusaram o vereador de estupro, e vídeos íntimos dele foram divulgados nas redes sociais, incluindo este em que ele aparece com a adolescente.
O Conselho de Ética da Câmara do Rio decidiu, nesta terça-feira, abrir um procedimento pedindo a cassação do mandato de Gabriel Monteiro. O processo é ético-disciplinar para averiguar possível quebra de decoro parlamentar por parte do político.
O vereador nega todas as acusações e diz que foi traído como vingança porque estava denunciando o que chama de máfia dos reboques. A reportagem tentou obter um posicionamento dele sobre a operação policial mas não obteve retorno até o fechamento.
