O zoológico de São Paulo tem novos moradores: os axolotes. Eles são anfíbios bastante raros, mas uma espécie bem conhecida pelo estudante José Augusto Sousa, de doze anos
José Augusto é fã do Minecraft, o jogo eletrônico mais vendido de todos os tempos. E o axolote, o bichinho de guelras externas, rabo de girino, cerca de 20 centímetros e pele cor-de-rosa é um dos personagens do jogo.
Na natureza essas salamandras costumam ser marrons ou cinzas e antes viviam nos lagos que deram origem à Cidade do México, mas agora estão limitadas a alguns poucos canais dos dois lagos que restam no entorno da capital mexicana. A estimativa é de que na natureza o número de indivíduos não chegue a mil.
José Augusto explica que no jogo eles têm habilidades que ajudam a vencer desafios.
Já os cientistas pesquisam o grande poder de regeneração dessa espécie. Eles podem reconstituir órgãos inteiros do corpo, como patas e mesmo o cérebro. A bióloga do setor de répteis, anfíbios e invertebrados do Zoológico de São Paulo Thatiane Antunes explicou que essa habilidade do bichinho pode ajudar a desenvolver tratamentos contra doenças graves.
Mas enquanto os axolotes somem na natureza, eles se multiplicam em cativeiro para abastecer o mercado de pets. Thatiane contou que a forma como os axolotes chegaram ao zoológico de São Paulo revela um problema grave: o tráfico de animais.
O zoológico recebeu 10 axolotes. Quatro deles vão poder ser vistos pelo público. A introdução de animais exóticos no Brasil pode levar a pena de detenção de três meses a um ano e multa. Como não é um animal nativo, essa espécie não pode ser solta na natureza por riscos ao meio ambiente e ao próprio animal.