A diretora de escola Mônica Herrero percorre diariamente 35km entre a residência dela, na cidade de São Paulo, e o trabalho, no município vizinho de Guarulhos. Mônica diz que gasta 2h30 nesse deslocamento, ela poderia ser um exemplo da Pesquisa Mobilidade Urbana, que aponta que moradores das capitais brasileiras gastam em média 2 horas no trânsito para estudar, trabalhar, lazer ou fazer compras. Mais da metade desse tempo, cerca de 1h04 minutos, é a média gasta diariamente só em engarrafamentos.
O estudo feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito, em parceria com o Sebrae, mostra que 28% da população das capitais leva de 30 minutos a 1 hora por dia no trânsito e 32%, de 1 a 2 horas.
Segundo os pesquisadores, a pandemia trouxe impactos no comportamento em relação à utilização do transporte público. Há 5 anos, as pessoas gastavam em média ainda mais tempo para se locomoverem: 2h27min por dia. Uma das razões da diminuição desse tempo é que muitas empresas adotaram o trabalho remoto, mesmo após o pico da pandemia.
Hoje, o ônibus é o meio de transporte mais usado pelos entrevistados, 50%. Entre aqueles que utilizam transporte público no dia a dia, quase a metade, 48%, citou como principal razão o preço mais barato. Outra justificativa foi a possibilidade de economizar dinheiro. 31%.
Em seguida, entre os meios mais utilizados, aparecem o carro particular, 32%, a locomoção a pé, 22%, transporte por aplicativo, 16%, seguidos por motos, 11% e metrô, 11%.
Quando a pergunta é sobre a avaliação da qualidade do trânsito, apenas 10% disseram considerá-la boa ou ótima. Mais da metade, 58%, acham ruim ou péssima, e cerca de um terço, 32%, regular. Na opinião da grande maioria, 80%, é comum as pessoas deixarem de fazer alguma atividade devido às dificuldades de locomoção, condições que podem afetar a economia tanto para o consumo quanto para a oferta de trabalho, é o que destacam os pesquisadores.