Quem mora na capital maranhense conhece os nomes das principais avenidas, em homenagem aos Franceses e ao conquistador Daniel de La Touche. Essa avenida cruza com a avenida Jerônimo de Albuquerque, homenagem ao conquistador português. Perto dali a via São Luís Rei de França chega até a avenida dos Holandeses. 
Esses são nomes individuais que mostram como a história oficial da capital maranhense, que completa exatos 410 anos nesta quinta-feira (8), excluiu a participação dos povos africanos e indígenas em sua formação.
O historiador Alírio Cardoso lembra que a história ainda é “eurocêntrica”, mas que há pesquisas que mostram a participação de indígenas que chegaram a liderar exércitos de homens brancos, e ajudaram na expulsão dos franceses em 1615 e de holandeses anos depois.
Alírio explica que a fundação de São Luís deve ser compreendida no contexto das disputas europeias pela região próxima do Caribe, uma rica rota do tráfico de prata extraído da América do Sul.
São Luís cresceu com a economia do Estado do Grão-Pará e Maranhão. Cana-de-açúcar, cacau e tabaco em primeiro lugar. Depois, veio o ciclo do algodão e do arroz, no século XIX, que tornou a cidade mais rica e deu a ela a maior parte dos casarões que hoje compõem a paisagem arquitetônica do centro da cidade.
