Anvisa proíbe uso de substância encontrada em alimentos para animais

Publicado em 12/09/2022 - 20:10 Por Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo

A Anvisa proibiu que lotes da substância encontrada em alimentos para animais, que já provocaram a morte de mais de cem cães, seja usada em alimentos para humanos. Fabricados por uma empresa de Guarulhos, em São Paulo, nos petiscos analisados pelo Ministério da Agricultura foi encontrada a substância etilenoglicol, que é altamente tóxica.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recolheu dois lotes do produto propilenoglicol, da empresa Tecno Clean. Na indústria de alimentos, esse produto é usado como espessante e conservante.

Mas análises do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento detectaram a contaminação por etilenoglicol nos petiscos para cães fabricados com propilenoglicol. O etilenoglicol é um produto químico corrosivo, altamente tóxico, que causa insuficiência renal e hepática. A ingestão é considerada urgência médica e pode matar.

A análise do produto foi feita durante a investigação das mortes de vários cães em todo país. Em comum, os animais tinham consumido petiscos caninos contaminados com etilenoglicol.

Durante a investigação, o Ministério da Agricultura identificou a possibilidade de o ingrediente contaminado ter sido distribuído também para fábricas de alimentos de uso humano. Por isso a Anvisa decidiu recolher e proibir a comercialização dos dois lotes do produto.

A orientação da Anvisa é de que empresas que tenham adquirido estes lotes não usem o produto e entrem em contato com o fabricante para a substituição e a devolução.

Nós tentamos entrar em contato com a Tecno Clean, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte, mas não tivemos retorno. No site, a empresa se identifica como indústria que produz glicerina bidestilada, usada para fabricar vernizes, lubrificantes, plásticos e corantes, entre outros.

Segundo um grupo de tutores de animais que se organizou para tentar localizar vítimas dos petiscos contaminados, já passa de 100 o número de cães suspeitos de terem morrido depois de comer o alimento produzido por uma fábrica em Guarulhos, a Bassar. Em nota, a Bassar confirmou que a análise dos petiscos mostrou a contaminação por etilenoglicol em um lote de matéria-prima enviada por um de seus fornecedores. Mas a nota não informa o nome da empresa.

Edição: Roberto Piza/ Renata Batista

Últimas notícias
Direitos Humanos

Conselho de Direitos Humanos reabre investigação do caso Rubens Paiva

Rubens Paiva foi preso no Rio de Janeiro em 1971 e levado para o Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército, de onde nunca mais saiu ou foi encontrado.

Baixar arquivo
Geral

Em 1964, João Goulart é deposto e deixa o Brasil após golpe militar

Isolado e traído, Jango não buscou resistir e decidiu se exilar no Uruguai. 

Baixar arquivo
Saúde

Brasil registra 2,6 milhões de casos prováveis de dengue

Casos de dengue têm caído nas últimas semanas na maior parte do país. Rio de Janeiro foi o primeiro estado a finalizar o decreto de emergência.

Baixar arquivo
Economia

Niterói inicia obras de dragagem no Canal de São Lourenço

A estimativa é que a intervenção gere cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos. O Porto de Niterói prevê mais de 30% de aumento nas atracações e nos serviços portuários após a dragagem do Canal.

Baixar arquivo
Política

Haddad pede harmonia entre os poderes para garantir meta fiscal 

O ministro da Fazenda comentou a decisão do Senado Federal de manter a desoneração da folha de pagamentos para as prefeituras.

Baixar arquivo
Geral

Saiba como fazer a autorização eletrônica de doação de órgãos

Com o registro eletrônico no cartório, os profissionais da Saúde podem comprovar à família o desejo da pessoa morta em doar órgãos.

Baixar arquivo