logo Radioagência Nacional
Geral

Ateus e agnósticos celebram Natal como "feriado em família"

Baixar
Sayonara Moreno - Repórter da Rádio Nacional
24/12/2022 - 15:48
Brasília

No fim de ano, cristãos de toda a parte celebram o nascimento de Jesus Cristo. As reuniões familiares, confraternizações, eventos religiosos e turísticos marcam o tradicional Natal. Mas existem pessoas que não acreditam em um Deus, ou qualquer divindade, caso dos ateus.

Uma mistura de crenças e a não-crença atravessa o Natal do publicitário Wendell Fernandes, que mora em Feira de Santana, na Bahia, e se considera ateu. Na família dele, além de ateístas, tem católicos, evangélicos, espíritas e candomblecistas. No fim das contas, a data é aproveitada por Wendell, para conviver com a família, como mais um feriado.

A convivência entre ateus e pessoas com alguma crença, é mais comum do que se imagina, sobretudo em datas religiosas. O professor Carlos Frederico, especialista em Ciência da Religião, explica que a forma como cada um enxerga o Natal varia, assim como cada pessoa religiosa vive a fé de formas diferentes.

Enquanto os ateus não acreditam na existência de um Deus ou divindades existem os agnósticos. Esses entendem que as razões humanas são incapazes de afirmar ou comprovar a existência de entidades sobrenaturais, a exemplo do “deus do cristianismo”.

De acordo com a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, apesar de não crerem em um deus, algumas dessas pessoas enxergam a religiosidade como algo positivo ou inofensivo; e existem aquelas que enxergam a religião como um mal. Também é possível que agnósticos tenham espiritualidade associada à natureza, por exemplo.

Ateus e agnósticos são perfis mais comuns do que se imagina. Muitos famosos já se declararam assim, caso de John Lennon integrante dos Beatles, que era ateu e do renomado físico Albert Einstein, que se dizia agnóstico. E mesmo assim, ambos defendiam a paz e a humildade diante da natureza. Para o professor Carlos Frederico, o estigma enfrentado por ateus, principalmente, tem origem em três elementos.

No Brasil, o censo de 2010 mostrava que 15 milhões de pessoas se diziam sem religião, entre elas, menos de um milhão se considerava ateia. Hoje em dia, o especialista estima que esse número pode chegar a 20 milhões, com o resultado do Censo 2022.

x