Centenas de pessoas vestidas de vermelho, branco e chapéus Panamá percorreram ruas do centro do Rio neste sábado, durante a 2ª Procissão em Homenagem a Zé Pelintra. Os devotos saíram dos arcos da Lapa, em direção à Cinelândia. Nesta data, se comemora o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O objetivo é combater o preconceito religioso, trazer visibilidade, diversidade e clamar pela liberdade em exercer qualquer religião.
O evento fecha a Semana Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que promoveu uma série de atividades sobre o tema desde o último dia 18. A organização é do Santuário do Zé Pelintra e tem apoio da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.
O responsável pelo Santuário de Zé Pelintra, na Lapa, no centro do Rio, Diego Gomes, cita os progressos dos devotos de Pelintra e fala dos objetivos do movimento, como a criação do Dia de Zé Pelintra na data de 07/07.
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge, avalia que a luta contra a intolerância religiosa precisa ser de toda a sociedade.
A jovem Sofia Cascardo, de 11 anos, diz que não tem nenhuma crença, mas reconhece que a causa é nobre e confessa que fica receosa em revelar que não acredita em Deus.
Dados do Observatório das Liberdades Religiosas mostram que no estado do Rio de Janeiro ocorreram mais de 40 casos de intolerância religiosa em 2021. Entre as ocorrências, estão ataques a praticantes e templos de religiões de matriz africana, agressões físicas e ameaças virtuais.
Seu Zé Pelintra, uma das entidades mais populares das tradições de matriz africana, surgiu no Nordeste, mas foi no Rio de Janeiro que se espalhou. A figura de Seu Zé é representada por um homem boêmio, malandro, sambista, que se veste de branco, chapéu panamá e sapato de bico fino.