No fim de 2018, um levantamento feito na cidade de São Sebastião mostrava que 161 moradias estavam em risco alto para deslizamentos e outras 2043 construções corria risco médio ou baixo de desmoronar.
O estudo foi feito pelo IBT, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo. De acordo com o documento, uma das áreas mais afetadas após as fortes tempestades do último fim de semana, a Barra do Sahy, não tinha nenhuma construção em situação de risco alto ou muito alto.
A hipótese mais provável é de que essa ocupação foi feita após a publicação desses dados em 2018. O diretor técnico do IPD Fabrício Mirandola explica que o relatório foi feito baseado em dados da média histórica de chuvas do local e não previa a ocorrência atípica das chuvas que atingiram a região no último domingo. Mas, segundo ele, o episódio recente pode indicar uma nova tendência.
Para o diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis, o vento ocorrido no litoral norte é um processo natural da região e deverá continuar a ocorrer no futuro.
No litoral norte, equipes de resgate continuam na busca por pessoas desaparecidas. Os trabalhos se concentram na Barra do Sahy, bairro de São Sebastião onde várias casas foram soterradas e pessoas foram arrastadas por uma avalanche de lama nas ruas.