A primeira nasceu dia 12 de março e a "irmã" mais nova veio dois anos depois, também em um 12 de março. Neste domingo, Olinda e Recife, celebram 486 e 488 anos, respectivamente.
Olinda, é a terceira cidade mais antiga do Brasil e a mais antiga do nordeste a ser fundada por colonizadores europeus. É que o português Duarte Coelho escolheu justamente a área mais elevada da região para se fixar e tomar conta das terras recebidas da coroa, como relata o historiador Severino Vicente.
Mas era necessário um porto para troca de mercadorias. Por isso, em 1537, Recife foi fundada. Como duas irmãs, as duas cidades viveram momentos de união, mas também de rivalidade e conflitos. O historiador Severino Vicente conta que o poder de mercadores recifenses cresceu a tal ponto, que no século XIX a cidade mais nova se tornou capital de Pernambuco.
Nas palavras do poeta Carlos Pena Filho: "Olinda é só para os olhos", e "Ninguém diz: é lá que eu moro. Diz somente: é lá que eu vejo". Hoje, as ladeiras de Olinda são Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, reconhecidas pela Unesco.
Já Recife se expandiu e se verticalizou com prédios altos e modernos, que mudaram a paisagem. Na evocação de Manuel Bandeira, o poeta já lamentava que as ruas da "veneza americana" e das "revoluções libertárias", já não tinham mais os nomes de antigamente.
Polêmicas à parte, quando perguntado sobre qual das cidades-irmãs é a mais bonita, o historiador Severino Vicente defende aquela em que escolheu morar.
Neste domingo (12), 1,6 milhão de recifenses e 400 mil olindenses podem celebrar o aniversário juntos. Além dos cortejos e atrações musicais, as duas prefeituras ampliaram uma “ciclofaixa especial” de um quilômetro e meio para unir as duas cidades-irmãs. Na programação dos aniversários, acontecem os cortejos do Galo da Madrugada e atrações musicais com muito frevo e maracatu.
