A história da construção da capital federal no Planalto Central em apenas três anos é motivo de orgulho e reconhecimento por parte de muitos brasileiros. Depoimentos de pioneiros disponíveis no Arquivo Público do Distrito Federal dão a dimensão da transformação vivenciada.
Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, destaca como o projeto do Plano Piloto apresentado pelo urbanista Lúcio Costa, as criações do arquiteto Oscar Niemeyer e o trabalho de milhares de operários geridos por Israel Pinheiro concretizaram o grande marco do governo Juscelino Kubitschek.
Flósculo ressalta que a construção da cidade monumental atraiu pessoas do Brasil inteiro e se consolidou como um marco histórico. No entanto, segundo ele, Brasília sofreu ameaças durante a ditadura militar, e mesmo após a redemocratização e a autonomia política, conferida pela Constituição Federal, em 1988, o plano original da cidade foi descontinuado.
Há 11 anos, o governo do Distrito Federal tenta avançar com um PPCUB, Plano de Preservação Urbanístico de Brasília, medida prevista desde a Lei Orgânica do DF, de 1993. O instrumento que tem o objetivo de definir regras de uso e ocupação do solo na capital federal está em fase de audiências públicas.
Em nota, a Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do DF informou que desde a posse do governador Ibaneis Rocha atuou para concluir a primeira versão do PPCUB, medida discutida pela Câmara Técnica do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF e aprovada pelo Iphan.
A nota diz ainda que o plano não prevê ocupação do Eixo Monumental. No entanto, a medida polêmica consta em um Projeto de Lei Complementar, já aprovado na Câmara Legislativa do DF e sancionado pelo governador Ibaneis, que propõe a criação de cinco lotes com destinação para equipamentos culturais na área central de Brasília.
*Com produção de Michelle Moreira