Casos de brasileiros que defendem o nazismo continuam crescendo no país. Um levantamento feito pelo Observatório Judaico dos Direitos Humanos mostra que, entre janeiro de 2019 e junho do ano passado, foram 169 casos neonazistas ou antissemitas.
O professor de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, Odilon Caldeira Neto, diz que o neonazista no Brasil é, em regra, homem e branco. A cooptação, que antes acontecia apenas na deep web, uma camada da internet mais difícil de identificação dos usuários, agora ocorre, também, em aplicativos comuns de mensagem.
Apesar de o Brasil ser um país miscigenado, com mais da metade da população composta por não-brancos, segundo o IBGE, o professor explica que o neonazismo brasileiro tem relação com movimentos de outros países, um fenômeno global.
Para o professor, além de aprofundar a vigilância e uma ação entre países, é preciso discutir a lei para abranger a diversidade da simbologia neonazista e da disseminação da propaganda de ódio.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que a Polícia Federal vai investigar os grupos neonazistas no Brasil. Ele escreveu que há indícios de atuação interestadual e possíveis crimes previstos na Lei sobre crimes de preconceito e discriminação. A Constituição Federal proíbe qualquer forma de apologia ao nazismo.