Operação da Polícia Federal, realizada nesta quarta-feira (19), cumpre seis mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão nas cidades de Manaus e Nova Olinda no Amazonas; Goiânia, Goiás; Itaituba, no Pará; e Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Foi determinado também o bloqueio de bens e valores. 
Os envolvidos são acusados de crimes de usurpação do bem público da União. Eles praticavam garimpo ilegal em terras da União situadas no estado do Amazonas, conhecida como Filão dos Abacaxis, no município de Maués.
A Polícia Federal iniciou as investigações e chegou até o garimpo ilegal após denúncias de moradores, com relatos de poluição das águas e morte de peixes e de animais que servem de alimentação para comunidade local.
O laudo pericial detectou o uso de cianeto, material altamente tóxico, na lavra do ouro do garimpo. É a primeira vez que a PF identifica o uso dessa substância química na extração de ouro na Amazônia. O cianeto possui a mesma função do mercúrio, ou seja, é usado para aglomerar o ouro garimpado.
Durante as buscas para reprimir as práticas no garimpo, os policiais também identificaram trabalhadores submetidos a condições de semelhantes a de escravo.
Estima-se que o dano ambiental e o ouro extraído ilegalmente configuram um prejuízo de mais de R$ 429 milhões. Segundo a Polícia Federal, os alvos da operação são reincidentes e já foram presos pela mesma prática criminosa em 2015.
Entre os crimes apontados na investigação, estão: extração mineral sem autorização, uso de substâncias nocivas à saúde humana e ao meio ambiente, e associação criminosa armada. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
