Nesta sexta-feira, 7 de abril, é comemorado o dia das e dos jornalistas. Além da importância de ter condições dignas de trabalho, é preciso combater os discursos de ódio e a desinformação das redes sociais, que questiona a credibilidade da profissão. A avaliação é da presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro.
"São pessoas que querem se basear em informações fraudulentas repassadas pelas redes de WhatsApp (...) todo mundo diz o que quer, nas redes sociais, e as pessoas estão abdicando da veracidade das informações colhidas e apresentadas por jornalistas".
Com isso, surgem cenários de violência e hostilidade contra esses profissionais. Um relatório da FENAJ aponta que, no ano passado, foram registrados mais de 370 casos de agressões aos profissionais e ataques à categoria e veículos de imprensa. Samira de Castro, da entidade, atribui esse aumento, nos últimos anos, à ascensão da extrema-direita no Brasil e ao fato de pessoas comuns serem influenciadas por políticos.
"Nos últimos quatro anos, ela aumentou substancialmente em função deste sentimento, capturado pela extrema-direita, de colocar o jornalismo como uma necessidade de ser combatido. De criminalização da atividade jornalística como uma estratégia de fazer sobressair uma narrativa baseada no discurso de ódio, na mentira".
Para a presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti, a saída para conter a cultura de agressão contra jornalista está em diferentes aspectos, incluindo a punição aos agressores e a consciência da importância da profissão.
"A pessoa está ali trabalhando. Você pode discordar dela com solidez, com educação, com argumentos, mas não praticando crimes. Outra coisa que é bem importante é mostrar o papel da imprensa: a imprensa está presente no dia a dia das pessoas de formas muito diversas, que às vezes a população não percebe. E o terceiro ponto, que eu acho bastante importante, é a questão da impunidade".
Um decreto de 1969 obrigou a apresentação de diploma para a profissão de jornalista, no Brasil. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) retirou a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Uma PEC que volta a obrigar o diploma já foi aprovada no Senado. Agora, é preciso ser votada na Câmara dos Deputados. Para isso, as entidades da categoria promovem a campanha PEC do Diploma para Jornalista SIM.
*com a colaboração de Luiz Claudio Ferreira
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18/06/2019
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