Uma auditoria realizada no Programa Auxílio Brasil indica possível pagamento indevido do benefício para aproximadamente 820 mil famílias, por mês, entre janeiro e outubro de 2022. O impacto dessa irregularidade pode chegar a R$ 3,8 bilhões no período.
As informações constam em um relatório publicado pela CGU, a Controladoria-Geral da União.
Lembrando que o Auxilio Brasil foi criado pelo governo anterior. Este ano, ele mudou e voltou a se chamar Bolsa Familia.
Os auditores da CGU destacaram falhas na verificação da renda familiar de quem recebe o benefício. Um dos problemas foi que o Ministério de Desenvolvimento Social analisava apenas os rendimentos declarados pelos próprios beneficiários no Cadastro Único.
A diretora de Auditoria de Previdência e Benéficos do CGU, Eliane Viegas Mota, explica que a ideia agora é cruzar os dados com outras fontes de informação.
A auditoria ainda bateu os dados do programa com a folha de pagamento do INSS, da Previdência Social e de recolhimento do FGTS. A análise da CGU destacou que, entre os beneficiários do Auxílio Brasil encontrados nessas outras bases de dados, 75% estavam na folha de pagamento do INSS e 17% tinham rendimentos registrados na Previdência Social no mês anterior ao pagamento do auxílio.
Com base na auditoria, a CGU fez recomendações ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.. Entre elas a reavaliação das famílias incluídas que estão fora do escopo do programa; a adoção de outras bases dados para acompanhamento da renda dos beneficiários; além da qualificação dos dados do CadÚnico e seu cruzamento com Cadastro Nacional de Informações Sociais.