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Atos no Rio de Janeiro marcam 30 anos da Chacina da Candelária

Na época, oito crianças morreram e outras foram feridas por policiais
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Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional
24/07/2023 - 18:59
Rio de Janeiro

Já são 30 anos de uma das chacinas de maior repercussão no país, que ganhou também visibilidade internacional. Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, dezenas de crianças e adolescentes, que dormiam em calçadas nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro da capital fluminense, foram atacadas à queima roupa por policiais militares. Oito morreram.  

Um ato realizado nesta segunda-feira, no local das execuções, foi mais um de uma série de eventos que marca as três décadas da tragédia.  

Patrícia Oliveira, irmã de Wagner dos Santos, um dos sobreviventes, integrantes do Movimento Candelária Nunca Mais, lembra que,  apesar da repercussão do caso, outras chacinas como aquela continuaram acontecendo, especialmente no estado do Rio de Janeiro.  

Siro Darlam, juiz da infância à época dos fatos, avalia que há uma cultura da violência e do ódio, reflexo da herança escravocrata no país, que precisa ser modificada. Para ele, isso se faz com educação, acolhimento e respeito aos direitos fundamentais. 

Fátima Silva uma das fundadoras do Movimento Candelária Nunca Mais cobra reparação para familiares de vítimas da violência do estado. Ela afirma que a justiça para o massacre da candelária não foi feita, pois ainda não há paz para as crianças que vivem em comunidades ou em situação de vulnerabilidade. 

O ato contou com uma lavagem das escadarias da igreja da Candelária, missa e caminhada. Artur Luiz Andrade, de 16 anos, estava entre os jovens que fizeram a lavagem carregada de simbolismo.  No chão, estavam os nomes de crianças assassinadas pela violência no estado nos últimos anos. 

Ainda para marcar os 30 anos da Chacina, a estátua do Cristo Redentor será iluminada de verde, cor da esperança.

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