Após 5 anos do incêndio, Museu Nacional recupera parte do acervo
Noite de 2 de setembro de 2018. Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.
A maior parte dos 20 milhões de itens que o museu abrigava foi destruída, sendo a área expositiva totalmente afetada. Entre os destaques que se perderam estavam o dinossauro conhecido como Dinoprata, as múmias egípcias e o esqueleto de uma baleia cachalote. O Museu também guardava o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo já encontrado no Brasil, que foi encontrado, com danos, entre os escombros.
Agentes do corpo de bombeiros, com apoio de funcionários do Museu, lutaram por horas para combater o fogo e salvar parte do acervo.
A área mais afetada pelas chamas foi a de antropologia, como explica João Pacheco Oliveira, antropólogo e curador das coleções etnográficas do museu.
Após um longo trabalho de restauro, felizmente, vários itens deste acervo foram recuperados, como mantos, armas, colares e objetos de reza.
Alexander Kellner, diretor do museu, explica que o investimento na recuperação é de R$ 445 milhões, e desse total já foram captados em torno de 60%. Ele também ressalta que o prazo final para a entrega da obra é 2028, mas várias etapas já estão sendo concluídas ao longo deste período, com uma proposta diferenciada de instituição.
A fachada do Museu, entregue restaurada este ano, é um dos primeiros resultados da revitalização. A obra envolveu em torno de 150 profissionais. Também já foram entregues grande parte da cobertura do primeiro bloco refeita e todas as esculturas de mármore restauradas. Para o ano de 2024 uma grande atração prevista é a abertura da sala do meteorito Bendegó e da escadaria monumental.
Juliana Sayão, diretora adjunta de integração Museu e Sociedade, ressalta que o Museu Nacional é de grande importância para a população. E que as atividades não pararam com o fechamento do local devido ao incêndio.
A trajetória do Museu Nacional remonta à história do Brasil. Criado em 1818 por D. João VI, é a primeira instituição de pesquisa e o primeiro Museu do país, construído com o objetivo de atender aos interesses de progresso cultural e econômico do Brasil na época. Seu acervo inclui peças de arqueologia, geologia, paleontologia, e zoologia, entre outras.