Depois de suspenderem a greve por 72 horas, para analisar uma contraproposta da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, os metroviários de Pernambuco retomaram a greve por tempo indeterminado.
Em audiência de mediação comandada pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, os metroviários rejeitaram o reajuste de 3,45% proposto pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, à qual a CBTU é vinculada. A contraproposta não estende o reajuste ao piso. Ela inclui ainda a instauração de duas comissões para debater o piso salarial e as cláusulas de estabilidade de emprego.
Diante do impasse, desde a 0h desta sexta-feira, as 36 estações do Metrô do Recife, que atendem cerca de 180 mil passageiros por dia, amanheceram novamente sem funcionar, mesmo com a determinação da Justiça do Trabalho de Pernambuco de que 60% da frota de metrô na Região Metropolitana do Recife funcione em horários de pico e 40% nos demais períodos.
O descumprimento da determinação prevê o pagamento de multa de R$ 60 mil por dia. Pelas redes sociais, o vice-presidente do Sindmetro-PE, Assis Filho, informou que os metroviários não vão cumprir a determinação.
Após a greve iniciada no último dia 2 de agosto, o Sindicato dos Metroviários aceitou suspender a greve, inicialmente por 48 horas, no último dia 8 de agosto, e depois por mais 24 horas, nessa quinta-feira (10), para que fossem abertas novas negociações com a classe patronal. Segundo o Sindicato, foi aceita pela categoria a proposta do Ministério Público do Trabalho de solicitar 7% de reajuste salarial. Com isso, os metroviários ficaram na espera da concordância da CBTU, o que não ocorreu.
Entre as pautas que motivaram a greve, segundo o Sindicato, estão a aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025, o aumento do piso salarial e o reajuste acima da inflação. Eles também pedem a retirada da CBTU da lista do Programa Nacional de Desestatização do Governo Federal; ou a opção de realocação dos funcionários, caso a privatização aconteça. Atualmente, pouco mais de 1.500 pessoas estão no quadro funcional do Metrô do Recife.