Até dezembro do ano passado, 236 mil pessoas vivendo em situação de rua estavam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal.
A informação faz parte de um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
Esse número indica que um em cada mil brasileiros não tem moradia, embora esta contagem represente apenas a parcela dessa população atendida pela assistência social, como explica Roberto Pires, coordenador-geral de Indicadores e Evidências do Ministério dos Direitos Humanos.
A população em situação de rua do país é composta majoritariamente por homens, 87%, adultos, 55%, e negros, 68%. A maior parte, 62%, vive nas ruas das cidades do Sudeste. Já o Distrito Federal é a unidade da federação com maior percentual: três entre mil pessoas vivem nas ruas.
Roberto Pires, do Ministério dos Direitos Humanos, explica que cerca de 60% dessa população vive nas ruas entre seis meses e dois anos. Os demais fazem parte da parcela que está nessa condição de dois ou mais anos.
Doutor em políticas públicas, Roberto Pires ressalta que o censo demográfico do país tem por característica a coleta de dados com a visita do recenseador à casa dos brasileiros. Mas que há previsão da contagem da população em situação de rua nos próximos anos.
O levantamento divulgado nesta quinta atende pontos de uma determinação deste ano do Supremo Tribunal Federal para que a União, estados e municípios elaborem um plano de ação para botar em prática a Política Nacional para a População em Situação de Rua, criada por decreto em 2009.