A Justiça do Rio de Janeiro realizou nesta terça-feira a primeira audiência de instrução no processo em que o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Além de Maxwell, são acusados do crime os ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, que estão presos.
O envolvimento do ex-bombeiro surgiu na delação premiada de Elcio Queiroz. Maxwell está em um presídio federal em Brasília e participou da audiência de forma remota.
O ex-policial Elcio Queiroz, também preso em penitenciária federal, prestou depoimento por videoconferência. Ele fez um relato de toda a dinâmica do assassinato e das providências que ele e demais acusados tomaram para se livrarem do carro e de qualquer outro vestígio. Elcio confirmou que Maxwell foi quem entregou o veículo Cobalt usado no crime para Ronnie e ficou com os celulares dos dois para que não fossem rastreados.
A primeira audiência contou com os depoimentos das testemunhas de acusação. A viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício se emocionou e disse desconhecer se a companheira recebia ameaças por sua atuação na política. Ágatha Reis, mulher de Anderson Gomes, contou que seu marido trabalhava há dois meses com a então vereadora e nunca comentou haver preocupação com a segurança.
A assessora Fernanda Gonçalves, que estava com Marielle no carro e sobreviveu ao ataque também disse que a ex-vereadora jamais mencionou ameaças ou se mostrou preocupada com a sua segurança.
O delegado Giniton Lages, responsável pela investigação, revelou que uma denúncia anônima fez com que os investigadores chegassem aos nomes de Ronnie Lessa e Maxwell e que o uso de dados telemáticos, como interceptações telefônicas, confirmou a denúncia de que os dois tinham participação no crime. Também foram ouvidos um policial civil e dois policiais federais.
O interrogatório de Maxwell e de testemunhas de defesa está marcado para o dia primeiro de dezembro. Não conseguimos contato com a defesa dos acusados.