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Cerca de 1,5 milhão de pessoas trabalhavam por aplicativos em 2022

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Tatiana Alves - Repórter Rádio Nacional
25/10/2023 - 12:39
Rio de Janeiro

O Brasil tinha no final do ano passado cerca de 1,5 milhão de pessoas trabalhando por aplicativos e aproximadamente 80% delas trabalhavam por conta própria. Relacionado a isso, menos de 36% contribuíram para a previdência, o que significa que a maioria não tem acesso a benefícios trabalhistas como auxílio doença ou licença maternidade. As plataformas digitais mais usadas são de táxi, transporte particular de passageiros, entrega e prestação de serviços gerais ou profissionais. Os dados fazem parte do módulo temático sobre teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira e se referem ao último trimestre do ano passado.

A pesquisa também comparou a renda dos motoristas que fazem transporte particular de passageiros via aplicativo com a de motoristas não vinculados a essas plataformas. Os dados mostram que, embora os valores fossem bem próximos, aqueles que dependem dos aplicativos, precisavam fazer um esforço muito maior para chegar ao mesmo resultado, como atesta o pesquisador Gustavo Fortes.

De acordo com a pesquisa, 80% desses trabalhadores plataformizados são homens e 60% têm nível médio completo ou superior incompleto. Eles também tinham, em média, jornadas semanais mais extensas em comparação aos que não usam aplicativos, como explica Fortes.

Outra tendência recente do mundo do trabalho também foi investigada pela pesquisa: o trabalho remoto que já era realizado por cerca de 9,5 milhões de pessoas. A maior parte delas, 7,4 milhões, estavam em teletrabalho, quando a função é exercida utilizando tecnologias de informação e comunicação. Nesse caso, apenas uma ligeira maioria é homem: 51% e 69% tem nível superior completo. Além disso, quase a metade tem entre 25 e 39 anos de idade. Já o rendimento médio habitual é bastante superior ao dos trabalhadores plataformizados, ficando em R$ 6.479 por mês. O levantamento é inédito e foi feito em parceria com a Universidade Estadual de Campinas - Unicamp e o Ministério Público do Trabalho.

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