É na primeira infância que as crianças adquirem por meio das brincadeiras e do afeto conhecimentos e habilidades para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social. E essas experiências e aprendizagens têm um impacto significativo na vida adulta.
Um estudo com crianças menores de 5 anos divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde mostrou que no Brasil 24% dos pequenos não têm livro infantil ou de figuras em casa. E 25% das crianças nessa faixa etária não participaram de, pelo menos, quatro atividades de estímulo, como brincadeiras, jogos, leitura e histórias, nos três dias anteriores à pesquisa.
Além disso, 33% delas passam mais de duas horas por dia em frente a telas de TV, tablet ou smartphone. Os números fazem parte do Projeto Pipas, Primeira Infância Para Adultos Saudáveis.
Foram coletados dados de mais de 13 mil crianças, de 0 a 5 anos, em 13 capitais e no Distrito Federal, em 2022.
A coordenadora de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde, Sônia Venâncio, explicou que dados de tempo de tela são inéditos no país.
Ainda chamou atenção para o fato de que punições, como gritos, foram consideradas adequadas por 33% das famílias entrevistadas e as palmadas, por 35%. A coordenadora Sônia Venâncio destacou os efeitos negativos dos castigos nas crianças.
Os dados mostram, ainda, que 10% das crianças menores de 3 anos e 13% das maiores de 3 anos apresentaram suspeita de atraso no desenvolvimento infantil.