Continuam as investigações sobre a morte do líder quilombola José Alberto Moreno Mendes, na última sexta-feira, em frente à casa onde morava, no Território Monge Belo, em Itapecuru-Mirim, a 120 km da capital do Maranhão, São Luís.
Os pistoleiros estavam em uma moto e dispararam cinco vezes contra a vítima.
O assassinato de Doka, como era conhecido, levou o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos a emitir nota pedindo intervenção da segurança pública estadual para apurar o caso.
O Conselho lembrou que pelo menos 50 quilombolas foram assassinados no estado, nos últimos dezoito anos.
De acordo com a Campanha Nacional de Combate à Violência no Campo, quatro, em cada dez assassinatos, ocorreram no Maranhão.
O Território Monge Belo abriga atualmente 257 famílias e espera por titulação desde 2004. Em junho de 2015, o Incra publicou uma Portaria de Reconhecimento do território de Monge Belo.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lamentou o assassinato do líder quilombola. A pasta informou que outras 167 comunidades quilombolas do Maranhão aguardam a titulação do território; e disse que o reconhecimento oficial da posse da terra seria essencial para trazer segurança jurídica e acabar com os conflitos.
A Conferência Nacional dos Bispos também lamentou a morte de José Alberto.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou que uma equipe do Instituto de Criminalística foi enviada para fazer a perícia no local do crime e que a Polícia Civil está investigando, mas não deu detalhes sobre a apuração.