Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), divulgado nesta segunda-feira (13), mostra que no Brasil o número de dias com ondas de calor passou de sete para 52 em 30 anos.
Para avaliar as mudanças climáticas no Brasil, o estudo identificou séries de precipitação, temperatura máxima e outros três índices derivados, considerados extremos climáticos: dias consecutivos secos, precipitação máxima em cinco dias e ondas de calor.
Os cálculos efetuados para todo o território brasileiro consideraram o período de 1961 a 2020.
Entre 1961 e 1990, o número de dias com ondas de calor não ultrapassava a sete. Para o período de 1991 a 2000, subiu para 20; entre 2001 e 2010 atingiu 40 dias; e de 2011 a 2020, o número de dias com onda de calor chegou a 52.
Outro exemplo é a variação da temperatura máxima no Nordeste, que era de 30,7°C entre 1961 e 1990, e subiu, gradualmente, para 31,2°C; depois 31,6°C, atingindo 32,2°C no período entre 2011-2020.
Entre 2011 e 2020, o levantamento aponta para o contraste entre duas regiões do país: enquanto houve uma queda na taxa média de precipitação, com variações entre menos 10% e menos 40% no Nordeste até o Sudeste e na região central do Brasil, foi observado aumento entre 10% e 30% na área que abrange os estados da região Sul e parte dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Os mapas também mostram que a região Sul vem sendo afetada pelas chuvas extremas ao longo das últimas décadas, passando de 140 para 160 milímetros.
No levantamento, foram considerados dados de 1.252 estações meteorológicas convencionais e um total de 11.473 pluviômetros para dados de precipitação.